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29 de marzo de 2017

Prédica: João 11:1-45

Autor/es: Luiz Carlos Ramos

Visto: 2006 veces

Prédica

João 11:1-45

 

LÁZARO, VEM PARA FORA! (II)

LÁZARO É A PERSONIFICAÇÃO DE TODO ENFERMO.

Por que Lázaro adoeceu? Por que Lázaro morreu? Segundo Jesus, a enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus. Como pode ser isto?

Ainda que corramos o risco de alegorizar, consideremos não o que diziam os fariseus sobre a ressurreição, a qual pospunham para o “último dia”, mas o que nos ensina Jesus, com a história da ressurreição de Lázaro, afirmando “eu sou [não “serei”], a ressurreição e a vida”, postulando que estas, a ressurreição e a vida plena, são realidades a serem experimentadas aqui e agora mesmo.

O cheiro da morte (e o quarto dia)

Para a reconquista da vida é preciso ir até onde estão os sepulcros e enfrentar o cheiro da morte: “Já cheira mal, já faz quatro dias…” Quatro, simbolicamente, é o número da limitação humana. E a limitação humana tem cheiro de morte. Mas, como bem nos lembrou Nietzsche: “somente onde há sepulturas, pode haver ressurreições…”

A pedra

Além do cheiro da morte, nos damos conta de que há sempre pedras fechando os túmulos. Não faltam obstáculos tratando de impedir o acesso à vida. Jesus intercede em favor de Lázaro diante de Deus que sempre ouve as orações dos justos, mas Deus não faz o que compete a nós fazermos. Quem tem de tirar a pedra são os discípulos: “Tirai a pedra…”

A ressurreição

Depois de falar com Deus e pedir aos que estavam com ele para que tirassem a pedra, Jesus, agora, dirige-se a Lázaro: “Vem para fora!” Deus fez a parte dele, os discípulos fizeram a deles, mas agora é a vez de Lázaro. É preciso que Lázaro saia do sepulcro por seus próprios pés. Mais uma lição de autonomia… A superação da morte e a reconquista da vida é um trabalho em mutirão, de responsabilidade partilhada, que requer a participação efetiva e afetiva de todos.

As ataduras

Contudo, Lázaro não sai do túmulo em plenas condições de retomar a vida. Ainda está envolto na mortalha da morte. Esta adere à sua carne, se prende ao seu corpo com tamanha força que é como se quisesse agarrar também o seu espírito.

Assim, da mesma forma como aconteceu com a pedra, haverá de ser com as ataduras. Deus, se pode, não quer tirar-lhe as ataduras, e Lázaro ainda que queira, não pode fazê-lo. Este é um privilégio concedido a nós: libertar os seres humanos das amarras que os mumificam.

A ressurreição e a vida aqui e agora

Porque há morte, também há de haver ressurreições. Porque há pedras grandes sobre os túmulos, há de haver solidariedade. Porque há múmias, há de haver seres humanos autônomos e sujeitos da sua história. Porque há amarras há de haver libertações.

Cremos na ressurreição dos mortos, mas não somente lá, num futuro longínquo. Porque Jesus disse: “Eu sou [não “serei”] a ressurreição e a vida”, cremos na ressurreição já! e na vida plena, aqui e agora!

 

Rev. Luiz Carlos Ramos†

Para o Quinto Domingo na Quaresma | Ano A, 2017

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Juan, Lázaro, Resurrección

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